História da Urbanização Mundial

História da Urbanização Mundial

História da Urbanização MundialAs primeiras cidades surgiram na Mesopotâmia (atual Iraque), depois vieram às cidades do Vale Nilo, do Indo, da região mediterrânea e Europa e, finalmente, as cidades da China e do Novo Mundo.

Embora as primeiras cidades tenham aparecido há mais de 3.500 anos a.C., o processo de urbanização moderno teve início no século XVIII, em conseqüência da Revolução Industrial, desencadeada primeiro na Europa e, a seguir, nas demais áreas de desenvolvimento do mundo atual. No caso do Terceiro Mundo, a urbanização é um fato bem recente. Hoje, quase metade da população mundial vive em cidades, e a tendência é aumentar cada vez mais.

A cidade subordinou o campo e estabeleceu uma divisão de trabalho segundo a qual cabe a ele fornecer alimentos e matérias-primas a ela, recebendo em troca produtos industrializados, tecnologia etc. Mas o fato de o campo ser subordinado à cidade não quer dizer que ele perdeu sua importância, pois não podemos deixar de levar em conta que:

Por não ser auto-suficiente, a sobrevivência da cidade depende do campo;

Quanto maior a urbanização maior a dependência da cidade em relação ao campo no tocante à necessidade de alimentos e matérias-primas agrícolas.

Urbanização Mundial
Conceito

A urbanização resulta fundamentalmente da transferência de pessoas do meio rural (campo) para o meio urbano (cidade). Assim, a idéia de urbanização está intimamente associada à concentração de muitas pessoas em um espaço restrito (a cidade) e na substituição das atividades primárias (agropecuária) por atividades secundárias (indústrias) e terciárias (serviços). Entretanto, por se tratar de um processo, costuma-se conceituar urbanização como sendo "o aumento da população urbana em relação à população rural", e nesse sentido só ocorre urbanização quando o percentual de aumento da população urbana é superior a da população rural.

A Inglaterra foi o primeiro país do mundo a se urbanizar (em 1850 já possuía mais de 50% da população urbana), no entanto a urbanização a celerada da maior parte dos países desenvolvidos industrializados só ocorreu a partir da segunda metade do século XIX. Além disso, esses países demoram mais tempo para se tornar urbanizados que a maioria dos atuais países subdesenvolvidos industrializados.

Vemos, então, que, em geral, quanto mais tarde um país se torna industrializado tanto mais rápida é sua urbanização. Observe esses dados:

Em 1900 existiam no mundo dezesseis cidades com população superior a 1 milhão de habitantes. Dessa, somente duas (Pequim e Calcutá) pertenciam ao Terceiro Mundo.

Em 1950 havia vinte cidades no mundo com população superior a 2,5 milhões de habitantes. Dessas, apenas seis (Xangai, Buenos Aires, Calcutá, Bombaim, Cidade do México e Rio de Janeiro) estavam situadas no Terceiro Mundo. Observação: a cidade de São Paulo nem constava dessa lista.

Para o ano 2000, as estimativas mostram que, das 26 aglomerações urbanas com mais de 10 milhões de habitantes, nada menos que vinte delas estarão no Terceiro Mundo. A maior aglomeração urbana mais populosa do mundo será a Cidade do México, com 32 milhões de habitantes, o equivalente à população da Argentina em 1990. São Paulo aparece como a segunda aglomeração urbana, com 26 milhões de habitantes.

Urbanização nos diferentes grupos de países

Urbanização nos diferentes grupos de países

Considerando-se os vários agrupamentos de países, a situação urbana pode ser simplificada como mostramos a seguir.

Países capitalistas desenvolvidos. A maior parte desses países já atingiu índices bastante elevados e, praticamente, máximos de urbanização. A tendência, portanto, é de estabilização em torno de índices entre 80 e 90%, embora alguns já tenham ultrapassado os 90%.

Países capitalistas subdesenvolvidos. Nesse grupo, bastante heterogêneo, destacamos:

Subdesenvolvidos industrializados. A recente e rápida industrialização gerou acentuado desequilíbrio das condições e da expectativa de vida entre a cidade e o campo, resultando num rapidíssimo processo de urbanização, porém com conseqüências muito drásticas (subemprego, mendicância, favelas, criminalidade etc.). Isso porque o desenvolvimento dos setores secundário e terciário não acompanhou o ritmo da urbanização, além da total carência de uma firme política de planejamento urbano. Alguns desses países apresentam taxas de urbanização iguais e até superiores às de países desenvolvidos, embora, com raras exceções, a urbanização dos países subdesenvolvidos se apresente em condições extremamente precárias (favelas, cortiços etc.).

Subdesenvolvidos não-industrializados. Em virtude do predomínio das atividades primárias, a maior parte desses países apresenta baixos índices de urbanização.

Países socialistas. Os países socialistas são relativamente pouco urbanizados. A razão fundamental está na planificação estatal da economia, que tem permitido ao estado controlar e direcionar os recursos (investimentos), podendo assim exercer maior influência na distribuição geográfica da população. Os índices de população urbana dos países socialistas desenvolvidos são semelhantes aos do subdesenvolvidos industrializados.

Urbanização do Mundo Atual
Urbanização do Mundo Atual

O mundo passa por acelerado processo de urbanização. Cerca de 48% dos habitantes do planeta residem em cidades em 2003, segundo a ONU. Em 2007, pela primeira vez na história, a população urbana ultrapassará a população rural. Esse movimento cresceu a partir do século XIX. Inicialmente, envolveu os países que viveram a Revolução Industrial. Nas nações em desenvolvimento, a urbanização se intensificou a partir de 1950, graças ao crescimento da industrialização. Atualmente, três quartos dos habitantes dos países desenvolvidos vivem em cidades. Entre as nações em desenvolvimento, há grandes diferenças. Enquanto na América Latina e no Caribe a taxa de urbanização é tão alta quanto a de países ricos, na Ásia e na África ela é de 39%. Nos próximos 30 anos, 95% do crescimento da população mundial será absorvido pelas áreas urbanas dos países em desenvolvimento .

Zona urbana – Não existe uma definição internacional única para zona urbana. No entanto, é possível dizer que as regiões urbanas se caracterizam por alta densidade populacional, predominância de atividades econômicas relacionadas com o comércio, serviços e indústria e existência de equipamentos públicos de uso coletivo, como escolas, hospitais e centros de lazer.

Problemas urbanos – O inchaço das cidades tem graves conseqüências econômicas e sociais nas nações em desenvolvimento, em razão da rapidez do processo de urbanização e da falta de infra-estrutura para atender a todos os habitantes. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), 30% da população mundial que mora em cidades, vive na absoluta pobreza. Entre 20 milhões e 40 milhões de famílias não têm onde morar e cerca de 920 milhões vivem em favelas ou áreas irregulares. Outro grande problema é a escassez de emprego, o que leva 37% dos habitantes das cidades de países em desenvolvimento a trabalhar no setor. A essas mazelas se somam o trânsito, a poluição, a alta produção de lixo e a violência.

Entenda os conceitos

Cidade – Termo usado para qualificar uma área urbanizada.
Aglomeração urbana – Caracteriza-se pela existência de uma cidade central e comunidades vizinhas ligadas a ela por meio de áreas edificadas contínuas.

As aglomerações urbanas podem ser classificadas da seguinte maneira:
Megacidade – Aglomeração que possui mais de 10 milhões de habitantes.
Metrópole – Grande aglomeração na qual uma cidade central polariza – política, econômica e culturalmente – uma região constituída de várias outras cidades.
Megalópole – Grande espaço, polarizado por duas ou mais metrópoles, que abrange inúmeras aglomerações.

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